quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A CORAGEM DE COBRAR CARO

Não posso deixar de compartilhar um artigo tão interessante como, aliás, são todos do Stephen Kanitz.

É simplesmente a tradução do meu pensamento hoje. Vale a pena conferir!


A CORAGEM DE COBRAR CARO


Meu médico me recebeu todo envergonhado pelo atraso de duas horas na consulta marcada. "Doutor, eu não estou irritado pela espera porque o senhor é simplesmente o melhor médico do país, e eu não sou bobo.
Prefiro esperar a consultar o segundo ou o décimo melhor especialista da área."Isso o tranquilizou."Eu só acho triste que o melhor médico deste país esteja cobrando o mesmo preço que os outros, tendo de trabalhar o dobro, sem tempo para estudar e ver a família.Eu, palestrante que sou, cobro dez vezes o preço desta sua consulta, só que nunca chego atrasado." concordou e balbuciou a seguinte frase, que me levou a escrever este artigo."Tenho medo de cobrar mais do que os meus colegas. Eles ficariam com inveja, falariam mal de mim, seria um inferno." 
No Brasil, a maioria dos empregados e profissionais no fundo tem medo de pedir um aumento de salário ou de cobrar mais caro.
Cobrar mais significa criar um cliente mais exigente, que irá reclamar toda vez que o serviço não corresponder ao preço.Cobrar menos é sempre a saída mais fácil, dá muito menos problemas, menos reclamações, como no meu caso.
É preciso ter coragem para cobrar mais e assumir as responsabilidades inerentes. A maioria prefere o comodismo e a mediocridade do "preço tabelado".Só que, se cobrar o mesmo que os colegas menos competentes, você estará roubando clientes deles, e é isso que cria inveja e maledicência.Você estará fazendo "dumping profissional", estará sendo injusto com eles e consigo mesmo.  Eu sei que é difícil cobrar mais caro, mas alguém tem de dar o exemplo, mostrar aos outros profissionais o caminho da excelência, implantar novos padrões, como pontualidade, por exemplo.Você será o guru da nova geração, e a inveja que terão de seu novo preço fará com que eles passem a copiá-lo.E, à medida que seus colegas se aprimorarem, sua vantagem competitiva desaparecerá e você terá de reduzir o preço novamente ou então melhorar ainda mais seus serviços. 
Somos essa sociedade atrasada porque, entre nós, cobrar caro, ganhar mais do que os outros é malvisto pelos nossos intelectuais, políticos, líderes religiosos e professores de sociologia.
O paradigma de sucesso deles é cobrar pouco.Melhor ainda seria não cobrar, oferecendo de graça ensino, saúde, segurança, cultura, aposentadorias, remédios, comida, dinheiro, enfim.
De graça, o povo não tem como reclamar dos péssimos serviços, os alunos desses professores não têm como criticar as péssimas aulas. "De cavalo dado não se olham os dentes."Se alguma coisa a história nos ensina é que o "tudo grátis" traz consigo a queda da qualidade dos serviços públicos, a desvalorização do serviço, o desprezo pelo povo nas filas, a exclusão social, a corrupção e a desmoralização de todos os envolvidos. O programa Bolsa Escola foi criado no governo do PSDB como uma forma inteligente de incentivar as mães a manter os filhos nas péssimas aulas do ensino público. Quando o estímulo deveria ser aulas interessantes a que nenhum aluno curioso iria faltar.
Nós administradores já descobrimos há tempos que refeições grátis para funcionários não são valorizadas, e a qualidade despenca.Por isso, cobramos algo simbólico, 10% a 20% de seu valor.Se o ensino fosse cobrado, em pelo menos 10% do valor, teríamos pais de alunos reclamando do péssimo ensino público e gerando pressão por melhoria e redução de custos.Dizer que nem isso dá para pagar é mentira – 10% não chegariam a 20 reais por mês.
Tem muito pai que faria trabalho extra pelo orgulho de saber que foi ele quem custeou a educação dos filhos, e não a caridade estatal.Se temos falta de recursos em educação, por que não cobrar pelo menos 10% do valor? Seria falta de coragem ou simplesmente vergonha? Precisamos mudar a mentalidade deste país, uma mentalidade que incentiva a mediocridade, e o medo de cobrar pelos serviços, por óbvias razões.
Se você acha que cobrar caro e ficar rico é politicamente incorreto, como muitos professores têm ensinado por aí, doe o adicional pelo meu site www.filantropia.org.
Ou então passe a trabalhar menos, volte para casa mais cedo e curta sua família.Mas não faça a opção pela pobreza, não tenha medo de cobrar cada vez mais.Caso contrário, continuaremos pobres e medíocres para sempre.Stephen Kanitz é formado pela Harvard Business School (www.kanitz.com.br)Editora Abril, Revista Veja, edição 1979, ano 39, nº 42, 25 de outubro de 2006, página 28


sábado, 10 de setembro de 2011

PRIMEIRO OS COLABORADORES, DEPOIS OS CLIENTES

DE QUE TRATA O LIVRO

O livro trata de uma história prática ocorrida na empresa HCL Technologies uma empresa indiana que por volta de 2005 contava com 30 mil empregados operando em 18 países e com uma receita anual de aproximadamente 700 milhões de dólares. Apesar desses números impressionantes, a empresa passava por dificuldades, principalmente por estar perdendo mercado e o reconhecimento de uma empresa que estava há quase 30 anos no mercado, sendo uma pioneira do setor de TI indiano.
Hoje a empresa conta com 55 mil funcionários e uma receita de R$ 2,5 bilhões. Mas, o que levou a empresa e este enorme contingente a vencer os desafios e a superar seus próprios limites conquistando margens ainda maiores de crescimento e desempenho, a ponto de virar referência mundial comentada nos principais periódicos especializados em inovação na gestão? Basicamente, isso foi obtido a partir da decisão conjunta de todos em mudar.
Crie uma sinapse com este tema lendo o artigo: O Futuro da Conectividade Global

A VISÃO DO LÍDER

O CEO responsável por conduzir essa profunda mudança, Vineet Nayar considera que “qualquer jornada de transformação exige inovação no que você faz e em como faz. O mundo empresarial se concentra principalmente no que da estratégia – novos produtos, novas propostas, novos mercados – e presta muito menos atenção em como uma empresa gerencia suas equipes e departamentos. Em nossa experiência, a diferença no como é a melhor oportunidade para motivar a transformação e o crescimento acelerado. O autor comenta no livro os dois tópicos dessa abordagem, mas se concentra muito mais no como. 

PRIMEIRO OS COLABORADORES, DEPOIS OS CLIENTES

A abordagem do como  foi chamada de Primeiro os colaboradores, depois os clientes, ou PCDC. A visão convencional, é claro, diz que as empresas sempre devem colocar o cliente em primeiro lugar. Todavia, em qualquer prestadora de serviços, o valor real é criado na interface entre o cliente e o empregado. Então, colocando seus colaboradores em primeiro lugar, você pode fazer uma mudança fundamental na maneira como a empresa cria e entrega valor singular para seus clientes e se diferencia da concorrência. Desse modo, quando uma empresa coloca seus empregados em primeiro lugar, o cliente na verdade vem primeiro e ganha o maior benefício, mas de um modo muito mais transformador do que pelos programas tradicionais de “atendimento ao cliente” e coisas do gênero.
Crie uma sinapse com este tópico assistindo o vídeo O Segredo da Liderança Eficaz

O PROCESSO

PCDC envolve diversas práticas e ações específicas e um modelo de implementação que pode gerar resultados extraordinários. Também é uma “jornada reflexiva”, que está em constante evolução, com novas ideias e iniciativas tomando forma ao longo do caminho.
            Os estágios principais do PCDC são:
            - Olhar no espelho
            - Criar confiança pela transparência
            - Inverter a pirâmide organizacional
            - Transferir a responsabilidade pela mudança para todos
            A PCDC deve ser vista como um ciclo de atividades, uma jornada que recomeça muitas vezes. 
Crie uma sinapse com este tema assistindo ao vídeo sobre o poder das mudanças e da criatividade

Artigo com base no livro: PRIMEIRO OS COLABORADORES DEPOIS OS CLIENTES. Virando a Gestão de Cabeça para baixo. Autor: Vineet Nayar – CEO da HCL Technologies. Prefácio de C.K. Prahalad. Editora Bookman. 211 pg. 2011. Porto Alegre.http://futurodoplaneta.blogspot.com/b/post-preview?token=Ite8VjIBAAA.uJWQ859boiDmQ4JEgatuYw.3acFEXkMBMhMxD6vdgmSRQ&postId=7667357684851596006&type=POST

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

PROJETOS E A WEB

Numa realidade tão dinâmica como a atual, onde os "velhos" padrões são fulminados, paradigmas são quebrados e uma nova ordem de coisas surge lentamente, existe a necessidade de que percebamos quais recursos e ferramentas são mais apropriados para lidarmos com este momento de transição planetária. Tentarei citar alguns, para ser mais preciso, quero falar de PROJETOS e sobre a WEB ou, se você preferir, simplesmente INTERNET.
Mas, afinal, o que isto tem a ver com PROJETOS e WEB
Eu explico! Primeiro, este não é um texto místico, mas um texto com base empírica, portanto, também pode ser considerado científico e que busca contribuir compartilhando um ponto de vista à luz da gestão ambiental.
Sim, vivemos um momento sem precedentes na história da humanidade, vivemos a maior crise global que o ser humano já teve de enfrentar aqui neste Planeta, ao menos coletivamente.
As mudanças não são só de ordem climática e as transformações não são vistas e percebidas apenas na natureza. São instituições financeiras e governamentais que estão ruindo, limites e fronteiras que desaparecem e se tornam difusos, são empresas que evaporam, são organogramas que se tornam descartáveis, descritivos de cargos e funções que se tornam inservíveis, modelos de negócios que precisam ser reinventados em bases mais sustentáveis. Uma nova ética está surgindo, mais aberta, mais democrática, mais coerente e mais justa. A ética de todos, a ética do homem, sem "moralismos", sem dogmas, sem ranços religiosos, sem tendências manipuladoras do poder interesseiro. O mundo, tal como é, está cada vez mais exposto, as relações cada vez mais transparentes, as soluções cada vez mais ágeis e dinâmicas, os problemas cada vez mais reduzidos ao império da inteligência e da criatividade. A internet talvez seja um dos grandes responsáveis por tantas mudanças positivas que temos observado pois, no mínimo, tem levado informação e conhecimento a lugares remotos, inacessíveis até então. 
Realidades de culturas, povos e civilizações vão sendo compartilhados a cada dia, e a cada dia nos tornamos mais abertos, mais receptivos, mais globalizados e mais universalistas, percebendo que nossa arrogância e egocentrismo são muito insignificantes perto da grandiosidade do que é a experiência de ser humano. Somos seres únicos, com características e particularidades únicas, somos um projeto complexo em andamento, em plena fase de execução. Aliás, antes que eu me esqueça do nosso tema......Projetos são, ao meu ver, ao lado da solução tecnológica chamada internet, outra grande ferramenta poderosa e transformadora da realidade. Se você acredita minimamente no poder do pensamento, imagine o que não é capaz de fazer um processo de planejamento no qual você dedica algumas das suas melhores horas e energias para analisar e organizar recursos, esforços, ideias, conhecimento e tempo em prol da conquista de um objetivo claro e bem definido?

Para continuar a mudar e acelerar cada vez mais as transformações no panorama social ou ambiental, faz-se necessário, mais do que nunca, o domínio e a aplicação de metodologias baseadas em projetos, a exemplo do famoso Guia PMBOK - Project Management Body of Knowledge ou simplesmente Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos publicado pelo PMI - Project Management Institute

O poder de transformação que um projeto tem é incrível. Se você já teve a oportunidade de trabalhar com projetos, saberá bem do que eu estou falando. 

Gosto tanto deste tema que elaborei um curso on-line voltado para pessoas que desejam conhecer essa realidade, que queiram reciclar conhecimentos ou para alunos de graduação e cursos de tecnólogos das áreas de administração, economia, contabilidade e afins que queiram se iniciar nestas práticas e técnicas. 
O curso está disponível no seguinte endereço: http://bit.ly/n1daxj
O enfoque do curso é prático e voltado para a gestão de projetos. Obter uma certificação em projetos hoje em dia não é tarefa das mais simples, nem tanto pelo desafio, que é considerável e vai do esforço e empenho de cada um. A questão é que com tantas oportunidades e afazeres da vida moderna, somente alguns realmente abnegados conquistam, merecidamente, uma qualificação desse nível. Porém, com o auxílio de tecnologias e soluções de conhecimento baseados nesses novos paradigmas que começam a romper com a estagnação é que torna-se possível fazer um curso on-line de Como Gerenciar Projetos, tudo pela internet, no seu computador, no conforto da sua casa ou no seu próprio local de trabalho.
Não podemos esperar que todos aqueles que alimentam o desejo de mudar suas realidades locais obtenham uma certificação em projetos, mas podemos qualificá-los para que se capacitem e se preparem com ferramentos, informações, conhecimentos e recursos que os levem a agir, interferir e mudar a realidade em que estão inseridos através da disseminação e aplicação de boas práticas, das quais destaco a inclusão digital e a qualificação para lidar e conhecer cada vez mais a realidade de projetos sociais, projetos ambientais ou de qualquer outro gênero. Colocar os recursos à disposição já é um grande passo. Quantos não foram aqueles que, com uma câmera na mão, um celular ou um computador conectado à internet não fizeram maravilhas e mudanças para suas comunidades? O que não farão quando aprenderem a manejar, ainda que basicamente, a metodologia para planejamento, execução e gerenciamento de um projeto? Um grande ensinamento das teorias do poder do pensamento que pode ser comparado, de forma análoga, aos benefícios de um projeto é que o foco é algo essencial para o êxito de uma empreitada. É assim que, estes agentes locais, vendo exemplos e aprendendo a definir um escopo de um projeto, compreendendo as dimensões ou áreas de conhecimento de um projeto, poderão contribuir de forma significativa para alterar uma realidade ou produzir soluções ainda mais sustentáveis e criativas. Talvez esse pequeno legado seja muito mais para as gerações futuras do que para as atuais.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O Futuro da Conectividade Global

Muitas pessoas estão descobrindo a internet e a cada dia todos somos surpreendidos pelo potencial de mudança que ela carrega. 
Muitos também estão subestimando....Quanto mais pesquiso, mais fico maravilhado com a revolução global que a internet está provocando. Acredito que ela seja hoje a principal ferramenta ou veículo de mudança e transição para um planeta melhor!
Você já pensou o impacto que seria se todos usássemos nossos computadores e nossas conexões, nossas redes para propagar boas notícias, boas iniciativas, para gerar prosperidade, renda, conhecimento e aprendizado a um número gigantesco de pessoas e nos mais diferentes locais do mundo? Que tecnologia pode ser mais limpa que a Tecnologia da Informação e a comunicação digital? Que forma mais inteligente e evoluída de trabalhar podemos encontrar do que compartilhar conhecimento e crescer com isso sem danificar o meio ambiente, sem extrair recursos ou explorar a terra? 
Desconheço veículo mais democrático que a internet, que permite que pessoas aparentemente isoladas rompam com as fronteiras físicas, mostrem a realidade local de onde vivem e contribuam para as mudanças que todos precisamos ou queremos ver. Talvez seja um pouco disso o que a UNICEF vêm nos chamar a atenção com este vídeo, mostrando que há um empowerment digital poderoso em andamento. 
E você, tem usado o potencial do seu computador e da sua internet para gerar algum tipo de serviço à comunidade ou em favor de um propósito nobre?

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Mundo Sustentável

RECOMENDAÇÃO DE LIVRO

Num cenário de crise ambiental sem precedentes na história, o livro se propõe a ser uma coletânea jornalística de notícias não só em tom de denúncia, como tem sido o caso mais comum até o momento, mas também busca promover e divulgar as boas iniciativas e as alternativas para a humanidade. 

Reúne uma série de artigos, transcrições de entrevistas e reportagens veiculadas em diferentes mídias acerca das questões ambientais concedidas por André Trigueiro. 

O autor é jornalista pós-graduado em Gestão Ambiental, professor e criador do curso de Jornalismo Ambiental da PUC/RJ. Atua como repórter e apresentador do Jornal das Dez, do canal de TV a cabo Globo News, no qual também participou ativamente na produção, roteirização e apresentação de programas especiais com o tema socioambiental. 

Na linha da coerência com as questões ambientais o livro é editado em papel reciclado e está estruturado em 8 temas centrais. Quem gosta de ler livros seqüencialmente, não será o caso aqui, visto que não há uma história e sim inúmeras delas (notícias), em tom de conversa mesmo, uma mais interessante e curiosa do que a outra, todas é claro, tratando das soluções e iniciativas para um mundo sustentável. Um diferencial que torna a leitura interessante é que, ao final de cada capítulo, um convidado especialista reconhecido no assunto, resume o conteúdo abordado pelo jornalista André Trigueiro. 

Um assunto muito interessante tratado no livro e totalmente ausente da mídia é a questão do consumismo, tratado logo no primeiro capítulo, levando inclusive a questão do consumo doentio e também da “pegada ecológica”. A pegada ecológica é conceito pouco conhecido da população mas que evidencia de forma muito objetiva como um cidadão comum pode mudar seus hábitos a partir dos impactos que causa ao meio ambiente. Isto mesmo, todos provocamos algum tipo de impacto ambiental somente pelo fato de vivermos, respirarmos. Quanto mais consumimos, mais impactos causamos! 

O impressionante volume de lixo produzido não é esquecido, com as inúmeras possibilidades de aproveitamento, logística reversa, reciclagem e uma série de novos focos de negócios, ainda pouco explorados globalmente, a exemplo da questão das “sobras” do coco. As cascas dos cocos tem sido reaproveitadas para se obter fibra e produzir, entre outros, produtos como: cordas, tapetes, chapéus, encostos para carros e aviões, placas de isolamento acústico ou térmico e também para paisagismo. O interessante é que, por ser a casca do coco matéria orgânica, não se importam ou vêem naquele resíduo, que leva 12 anos para se decompor, uma oportunidade de renda ou negócio de reduzido custo. 

Na questão da reciclagem, um dado impressionante é o uso intensivo de materiais na produção de computadores. Para se produzir um microcomputador, por exemplo, são empregados mais de 240kg de combustíveis fósseis. Vale lembrar que este tipo de combustível é um recurso não renovável. Nem em carros ou geladeiras o uso destes materiais é tão acentuada como em computdores. 

As soluções criativas também podem ser virtuais, tais como a Bolsa de Resíduos que funciona como uma espécie de classificados e pretende intermediar a troca de quantias significativas de resíduos entre as empresas. O que é problema para alguns empresários, para outros é a solução em forma de resíduo a ser aproveitado. Há também as soluções mais complexas e arrojadas, como a proposta do Mercado de Carbono, uma tentativa de equilibrar as emissões de Gás Carbônico (CO²) na atmosfera com seus danosos efeitos para o efeito estufa e o aquecimento global, através de um comércio entre países mais poluidores e os menos poluidores. 

Não ficam de fora a urbanização e suas conseqüências com a busca de cidades e construções sustentáveis, soluções e produtos cada vez mais ecológicos, a questão do asfalto, do concreto e da presença dos automóveis como agente nocivo. 

Na área da tecnologia, discute-se a mudança da matriz energética mundial na direção de fontes renováveis ou menos poluentes, a opção pelas energias solar e eólica e a nova geração de combustíveis com os óleos vegetais. A primeira patente mundial de biodiesel é do Brasil, acredite-se criada a partir do óleo de algodão e surgida em 1980. 

Não podemos esquecer da escassez da água potável e pura, a sua poluição e o seu desperdício. 

A crise que vivemos é global, afeta a todos e tem merecido cada vez mais atenção e destaque nas Nações Unidas e de Governos ao redor do mundo. Por fim, o livro busca levar leitor a perceber o papel da mídia num mundo em crise. 

O livro demonstra uma diferença pouco percebida, mas fundamental, a de que o jornalismo ambiental rompe com o dogma da imparcialidade tão presente em discussões do curso de comunicação e toma partido em favor da sustentabilidade. 

Referências bibliográficas para este artigo: André Trigueiro. Ed. Globo – 2005 302 pg.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Efeito dominó

Como um pouco de solidariedade, iniciativa, criatividade, espírito de equipe e cores podem mudar a realidade.
Um vídeo sem palavras mas com muito conteúdo.
Esse é mais um exemplo de mudanças de atitudes positivas que podem fazer a diferença. Não nos iludamos, é claro que o vídeo é mais uma proposta do que uma realização aplicável em qualquer situação mas, se admitirmos variações nas estratégias, contextos e formas de aplicação, teremos, sem dúvida, um belo exemplo de transformações sociais e ambientais que, aliás, já estão cada vez mais presentes, é bem verdade que, ainda contrastando com os aspectos de desequilíbrio da natureza e do modus vivendi do ser humano.
Enfim, quem não gosta de uma boa faxina, de um mutirão e de uma limpeza onde tudo se renova, tudo se organiza e tudo se recicla. Essa necessidade é uma constante em nossas vidas, pense nisso!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Surgimento da Consciência Ambiental

Muito se fala hoje em dia sobre sustentabilidade, preservação do meio-ambiente, crises climáticas e problemas ambientais. 
Os noticiários, escolas, universidades e empresas adotam, cada vez mais o assunto como pauta. Contudo, é importante lembrarmos e entendermos desde quando vêm surgindo a atual consciência ambiental planetária.
Um fator que contribuiu para isso foi o crescimento populacional ocorrido a partir da Idade Média. Um outro fator foi a concentração das pessoas nas cidades, provocada  principalmente pela Revolução Industrial. Um terceiro fator pode ser considerado o agravamento da poluição nos países desenvolvidos, decorrente da Segunda Guerra Mundial. Por último, pode-se ainda considerar como fator contribuinte para o desenvolvimento ou despertamento de uma consciência ambiental a ação das primeiras ONGs - Organizações Não Governamentais que forçaram então a ONU - Organização das Nações Unidas a agendar, durante assembléia geral em 1968, a primeira Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano, a qual ficaria conhecida como a Conferência de Estocolmo e ocorreria entre 5 a 6 de Junho do ano de 1972.
Em 1971, o Clube de Roma, grupo formado por cientistas de vários lugares do mundo, publica o primeiro de três relatórios, o qual intitulava-se: Os Limites do Crescimento.
O relatório foi emitido com base em simulações realizadas num complexo modelo matemático que considerava diversos fatores macro-ambientais e diversos índices de crescimento de . Os resultados não foram os melhores, isso para não dizer que os cenários obtidos com as simulações foram catastróficos, afinal, as projeções envolviam a fome, escassez de recursos naturais e altos níveis de poluição. Num primeiro cenário considerou-se nas simulações a manutenção da produção industrial e de alimentos versus a diminuição dos recursos naturais. Outros cenários foram simulados, considerando um modelo mundial com reservas duplicadas e até um modelo com reserva mundiais ilimitadas de recursos naturais, aumentando-se, inclusive a produtividade agrícola. O resultado, em qualquer destes cenários? Mortandade da população em função da escassez de recursos e conflitos e convulsões sociais.
Mas o relatório apresentava alternativa, talvez uma única solução para tantos cenários. A proposta do Clube de Roma foi a imediata redução de crescimento a nível zero, a fim de buscar restabelecer um equilíbrio ecológico. Essa proposta foi rejeitada por países em desenvolvimento, a exemplo de Índia e Brasil, que necessitavam e queriam crescer.
Por óbvio, essa decisão foi adiada, até mesmo porque a interrupção de produção de alimentos e determinados bens estratégicos para a sobrevivência humana, a falta de emprego, renda e geração de novas riquezas também afetaria o equilíbrio econômico. Uma equação difícil de se resolver na prática.
No Painel de Founex, fica claro então que o problema ambiental estava relacionado não só a aspectos biofísicos mas também a aspectos socioeconômicos.
O resultado da Conferência de Estocolmo foi o surgimento de diversos acordos ambientais além das seguintes constatações :
- Os problemas ambientais são motivados pelo subdesenvolvimento
- É direito do homem: liberdade, igualdade e condições ambientais dignas
- É obrigação do homem: proteger e melhorar o meio ambiente.
Surge o conceito de ecodesenvolvimento, que era baseado na potencialidade de cada ecossistema. Contemplava ainda a participação das populações locais, a redução de desperdícios, a reciclagem de resíduos. O conceito de ecodesenvolvimento foi a base para o surgimento do conceito de desenvolvimento sustentável.
Também surge o PNUMA - Programa das Nações Unidas para Proteção do Meio Ambiente, responsável pela coordenação de atividades de proteção ambiental e gestão do fundo voluntário para o Meio Ambiente.
Esses são, portanto, alguns dos antecedentes que contribuíram para o surgimento de uma maior consciência ambiental e de conceitos como ecodesenvolvimento, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

À beira da Anarquia

Para compreender os próximos 50 anos é preciso compreender a escassez ambiental, o conflito racial e cultural, as mudanças geográficas e a transformação da guerra convencional. 
Nesta transição histórica, na qual a globalização começou, mas ainda está incompleta e as relações e acordos estão confusos, a sociedade civil será mais difícil de ser mantida. 
Aumentando a degradação ambiental aumentam as chances de uma convulsão social. 
O mapa-mundi será reformulado e isso é só o começo de uma série de mudanças que estão por vir.
Jornalista e correspondente de guerra, Kaplan descreve conflitos e contradições que os formadores de opiniões e os acadêmicos procuram ignorar. 
Algumas sociedades viverão sem ordem, sem previsibilidade, em um país sem governo, sujeito ao crime, à doença e à rapinagem.
As imensas máquinas militares de estado, como a do Pentágono, serão dinossauros em extinção e que algo mais aterrador nos aguarda. Um porta-aviões ou um avião a jato não serão eficazes para milhares de guerrilhas urbanas. Apesar de avançar tecnologicamente, várias sociedades ainda estão na Antiguidade em termos políticos e muitos governos continuam corruptos e decadentes devido ao dinheiro.
Sobre a violência, diz que a agressão física faz parte do ser humano. Apenas quando as pessoas alcançam certo padrão de vida é que esse traço é sufocado. Considerando-se que 95% do crescimento populacional da terra ocorrerão nas áreas mais pobres do globo, a questão não é se haverá guerra (haverá muitas), mas que tipo de guerra. Quem guerreará com quem? As guerras do futuro serão as da sobrevivência comum, agravadas em muitos casos pela escassez ambiental. 
Aborda a questão do governo mundial e profetiza os males que um período prolongado de paz acarreta em uma sociedade tecnologicamente avançada. 
Mecanismos de controle estatais não funcionando sob a tensão demográfica e ambiental, cidades-estados ou estados-favelas provavelmente emergirão.
Descreve Serra Leoa, por exemplo, como microcosmo daquilo que ocorre em muitas microrregiões subdesenvolvidas: definhamento de governos centrais, emergência de domínios tribais e regionais, alastramento incontido de doenças e crescente difusão da guerra. O continente africano estaria à beira de uma convulsão fronteiriça em larga escala e o futuro da África poderá ser o da maior parte do resto do mundo. 
Nos países onde a democracia tem dificuldades em se consolidar, a discussão não será o regime democrático, mas a governabilidade. Em função dessa descentralização do caos e a difusão das fronteiras, existirão “centros de poder móveis”, entidades-tampão que estarão em constante deslocamento para atender necessidades de suas microrregiões. A escolha não é entre ditadores e democratas, mas entre maus ditadores e ditadores ligeiramente melhores.
Num sistema político que tende demasiadamente para qualquer extremo, aguardam-no o realinhamento ou o desastre. Surgirão cada vez mais governos híbridos que mesclem autoritarismo com democracia. Africanos desejam uma vida melhor e não o direito ao voto como lhes foi dado. Não importa o nome pelo qual se conheça o governo, o que importará é se o governo funciona mesmo. 
Antes de criar um governo é preciso criar uma economia. Antes de convocar eleições, gerar empregos e renda, assim haverá um ambiente estável. A estabilidade social vem da existência de uma classe média e quem cria as classes médias normalmente não são os sistemas democráticos, mas, por incrível que pareça, os sistemas autoritários. 
Governos são determinados não pelo que humanistas liberais desejam, mas pelo que os homens de negócios necessitam. Várias revoluções democráticas fracassaram na Europa em 1848 porque o que os intelectuais queriam não era o que queriam as classes médias emergentes. 
Das 100 maiores economias mundiais, 51 não são países, mas corporações. As duzentas maiores corporações empregam menos de 0,75% da força de trabalho mundial, o que representa 28% da atividade econômica. As 500 maiores corporações representam 70% do comércio mundial. Corporações seriam como os domínios do feudalismo que evoluíram para nações-estados. Passarão a ser mais responsáveis para com a comunidade global e menos amorais em direção a novas formas políticas e culturais, visto que são “personalidade globais”, adotam postura multicultural e diversificada onde os indivíduos são reconhecidos ou não pelos seus próprios méritos. 
A força de paz mais eficaz do mundo não pertence à ONU nem às grandes potências, mas sim a uma força mercenária corporativa da África do sul que restaurou uma estabilidade relativa em Serra Leoa em 1995, reminiscência da Companhia Britânica das Índias Orientais, que recrutava exércitos para fins claramente econômicos. Assim é que os domínios da política vão se encolher e a situação passa a ser quem têm poder (empresas) e quem não tem poder.
O aumento do poder corporativo ocorre com maior rapidez à medida que as massas se tornam indiferentes e a elite se torna menos suscetível à punição. Bens materiais não apenas focalizam as pessoas para a vida privada e o afastam da vida em sociedade, mas encorajam a docilidade. O escravo seria quem está preocupado em encher a barriga ou... que está preocupado em salvaguardar seus bens. A prosperidade material criaria servilidade e afastamento, transformando as pessoas em ovelhas trabalhadeiras.
Não faz apologia à guerra, mas diz que ela, muito mais que a paz, é igualadora e fomentadora da mudança social. A guerra leva ao respeito por um governo grande e progressista, a paz cria um vácuo institucional preenchido por, entre outras coisas, corporações do entretenimento. Um exército inoperante provavelmente resultará em um aumento na violência e na atividade de gangues. 
A idéia de que um mundo em paz significará menos violência é ingênua. A verdadeira paz, imaginada por muitos, somente é alcançável através de uma forma de tirania setorizada, por mais sutil e branda que seja, para aqueles que precisam de uma linha "mais dura".

(baseado no livro: À beira a Anarquia, de Robert D. Kaplan. Ed. Futura. 2000)


sábado, 27 de outubro de 2007

Alavancagem Sustentável

Quais são os reais objetivos de um empresa?
Por muito tempo escutamos as pessoas, especialistas e os próprios empresários afirmarem que o primeiro e maior objetivo de qualquer empresa seria a obtenção de LUCRO.
Na realidade atual, entretanto, observamos uma tendência em se rever senão todos os conceitos, muitos destes, especialmente aqueles ligados aos resultados da ação das Corporações em seu meio ambiente, fruto de um problema global que nos atinge: as condições de sobrevivência de toda espécie viva na face do Planeta! É nesse sentido que podemos incluir a tendência e porque não dizer - necessidade - de revisão dos objetivos de uma organização, sob pena de reduzir, no mínimo, o seu próprio ciclo de vida. Isto apenas como exemplo para não irmos mais longe em nossas elucubrações.
Hoje, uma empresa que não preze por preceitos éticos e sociais também tende a desaparecer com o tempo. O lucro é o combustível que mantém a empresa funcionando porque desperta no empreendedor o desejo de mantê-la em atividade. A partir do momento que o empresário consegue sentir-se realizado através do trabalho de sua organização sem a necessidade de lucros exorbitantes, mas que lhe garantam satisfação, segurança financeira da empresa e de sua vida pessoal além de auto-realização; reduz-se a necessidade de se buscar em fontes externas capital para maximizar os lucros.
Vivemos numa lógica inversa onde as instituições geram uma verdadeira dependência do sistema financeiro. Como o sucesso de um empreendimento ou até mesmo o retorno na aquisição de um ativo do imobilizado para ampliar a produção depende de vários fatores dos quais nem todos estão sob nosso controle; a chance de ocorrer uma alavancagem dos prejuízos também existe.
A rotina diária não nos permite o tempo necessário para desenvolver planejamentos profundos e detalhados a ponto de garantir maiores chances de viabilidade da empreitada. Alguém então dirá com razão: “Neste caso deveríamos planejar nosso tempo para atividades prioritárias”.
O ponto final dessa jornada de maior dedicação às causas importantes da empresa demonstrará que hoje vivemos numa realidade de interdependência e que sem um entendimento mais amplo do contexto que nos cerca não conseguiremos inverter a lógica atual e permaneceremos “presos” a modelos que a experiência nos comprova a cada dia estarem sendo superados e ultrapassados por formas mais equilibradas de intervir no ambiente externo e interno da organização. Veja-se, por exemplo, o surgimento das Cooperativas de Crédito em que os lucros são repassados aos seus clientes que também são acionistas. Perguntamos: Porque os maiores bancos da atualidade não têm agido assim quando seus lucros não param de crescer e bater recordes?
Da mesma forma podemos nos perguntar como podemos, na realidade de cada organização utilizar essa mudança de paradigmas a favor da longevidade? A resposta dessa pergunta, não necessariamente deve ser o repasse de lucros, como no exemplo acima citado.
Pode-se evitar a “armadilha” do sistema financeiro através de planejamentos financeiros internos que contemplem o autofinanciamento da organização. Quando se alega que nem toda empresa terá condições de realizar isso é porque na verdade essas empresas não trabalharam, através do tempo ou ainda não tem tempo de vida suficiente, de maturidade organizacional, para que hoje tivessem as condições ideais para autofinanciar seus projetos.
A melhor alavancagem não é aquela que só dá melhor retorno financeiro. A melhor alavancagem é aquela que dá melhor retorno global. Neste caso, indicamos como opção utilizar recursos próprios e o mínimo de recursos de terceiros. Vale lembrar que sob o ponto de vista da sustentabilidade, tratamos neste caso, apenas de um tipo de recurso: o dinheiro.
Se o segredo de viver bem é gastar menos do que se ganha naturalmente podemos aplicar essa idéia à realidade das empresas.
por: Jeferson Ricardo Spode Flores

domingo, 1 de julho de 2007

Quanto mais gente, mais quente!*

Ontem à noite reuni alguns amigos na minha casa e fizemos um caldo verde seguido por um fondue de chocolate! Hummm, vai aí uma boa dica pra esses dias gelados: reunir pessoas especiais e preparar comidinhas que esquentam!
Infelizmente nem todo mundo tem a oportunidade de ter momentos como esses, por isso, deixo aqui outra dica propícia para o inverno: que tal doar blusas quentinhas e cobertores que poderão esquentar as noites de outras pessoas?
Aqui em São Paulo o clima fica oscilando entre quente-seco e bruscas quedas de temperatura, por isso, não se deixe enganar pelos dias quentes: já é hora de organizar o guarda-roupa e separar as peças para doação.
Todo ano o Governo do Estado organiza campanhas com postos de arrecadação (clique aqui e veja os locais). Mas se você encontra-se em outro Estado, procure se informar que com certeza encontrará instituições, governo ou iniciativa privada organizando campanhas e também organizações precisando de sua ajuda! Visite creches, orfanatos, asilos, hospitais públicos e outros locais.

Isso vai fazer um bem danado...
Doe calor humano e aqueça seu coração!



(*) Esse é o tema da campanha de agasalho de 2007.