segunda-feira, 18 de julho de 2011

Surgimento da Consciência Ambiental

Muito se fala hoje em dia sobre sustentabilidade, preservação do meio-ambiente, crises climáticas e problemas ambientais. 
Os noticiários, escolas, universidades e empresas adotam, cada vez mais o assunto como pauta. Contudo, é importante lembrarmos e entendermos desde quando vêm surgindo a atual consciência ambiental planetária.
Um fator que contribuiu para isso foi o crescimento populacional ocorrido a partir da Idade Média. Um outro fator foi a concentração das pessoas nas cidades, provocada  principalmente pela Revolução Industrial. Um terceiro fator pode ser considerado o agravamento da poluição nos países desenvolvidos, decorrente da Segunda Guerra Mundial. Por último, pode-se ainda considerar como fator contribuinte para o desenvolvimento ou despertamento de uma consciência ambiental a ação das primeiras ONGs - Organizações Não Governamentais que forçaram então a ONU - Organização das Nações Unidas a agendar, durante assembléia geral em 1968, a primeira Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano, a qual ficaria conhecida como a Conferência de Estocolmo e ocorreria entre 5 a 6 de Junho do ano de 1972.
Em 1971, o Clube de Roma, grupo formado por cientistas de vários lugares do mundo, publica o primeiro de três relatórios, o qual intitulava-se: Os Limites do Crescimento.
O relatório foi emitido com base em simulações realizadas num complexo modelo matemático que considerava diversos fatores macro-ambientais e diversos índices de crescimento de . Os resultados não foram os melhores, isso para não dizer que os cenários obtidos com as simulações foram catastróficos, afinal, as projeções envolviam a fome, escassez de recursos naturais e altos níveis de poluição. Num primeiro cenário considerou-se nas simulações a manutenção da produção industrial e de alimentos versus a diminuição dos recursos naturais. Outros cenários foram simulados, considerando um modelo mundial com reservas duplicadas e até um modelo com reserva mundiais ilimitadas de recursos naturais, aumentando-se, inclusive a produtividade agrícola. O resultado, em qualquer destes cenários? Mortandade da população em função da escassez de recursos e conflitos e convulsões sociais.
Mas o relatório apresentava alternativa, talvez uma única solução para tantos cenários. A proposta do Clube de Roma foi a imediata redução de crescimento a nível zero, a fim de buscar restabelecer um equilíbrio ecológico. Essa proposta foi rejeitada por países em desenvolvimento, a exemplo de Índia e Brasil, que necessitavam e queriam crescer.
Por óbvio, essa decisão foi adiada, até mesmo porque a interrupção de produção de alimentos e determinados bens estratégicos para a sobrevivência humana, a falta de emprego, renda e geração de novas riquezas também afetaria o equilíbrio econômico. Uma equação difícil de se resolver na prática.
No Painel de Founex, fica claro então que o problema ambiental estava relacionado não só a aspectos biofísicos mas também a aspectos socioeconômicos.
O resultado da Conferência de Estocolmo foi o surgimento de diversos acordos ambientais além das seguintes constatações :
- Os problemas ambientais são motivados pelo subdesenvolvimento
- É direito do homem: liberdade, igualdade e condições ambientais dignas
- É obrigação do homem: proteger e melhorar o meio ambiente.
Surge o conceito de ecodesenvolvimento, que era baseado na potencialidade de cada ecossistema. Contemplava ainda a participação das populações locais, a redução de desperdícios, a reciclagem de resíduos. O conceito de ecodesenvolvimento foi a base para o surgimento do conceito de desenvolvimento sustentável.
Também surge o PNUMA - Programa das Nações Unidas para Proteção do Meio Ambiente, responsável pela coordenação de atividades de proteção ambiental e gestão do fundo voluntário para o Meio Ambiente.
Esses são, portanto, alguns dos antecedentes que contribuíram para o surgimento de uma maior consciência ambiental e de conceitos como ecodesenvolvimento, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável.

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