sexta-feira, 29 de julho de 2011

O Futuro da Conectividade Global

Muitas pessoas estão descobrindo a internet e a cada dia todos somos surpreendidos pelo potencial de mudança que ela carrega. 
Muitos também estão subestimando....Quanto mais pesquiso, mais fico maravilhado com a revolução global que a internet está provocando. Acredito que ela seja hoje a principal ferramenta ou veículo de mudança e transição para um planeta melhor!
Você já pensou o impacto que seria se todos usássemos nossos computadores e nossas conexões, nossas redes para propagar boas notícias, boas iniciativas, para gerar prosperidade, renda, conhecimento e aprendizado a um número gigantesco de pessoas e nos mais diferentes locais do mundo? Que tecnologia pode ser mais limpa que a Tecnologia da Informação e a comunicação digital? Que forma mais inteligente e evoluída de trabalhar podemos encontrar do que compartilhar conhecimento e crescer com isso sem danificar o meio ambiente, sem extrair recursos ou explorar a terra? 
Desconheço veículo mais democrático que a internet, que permite que pessoas aparentemente isoladas rompam com as fronteiras físicas, mostrem a realidade local de onde vivem e contribuam para as mudanças que todos precisamos ou queremos ver. Talvez seja um pouco disso o que a UNICEF vêm nos chamar a atenção com este vídeo, mostrando que há um empowerment digital poderoso em andamento. 
E você, tem usado o potencial do seu computador e da sua internet para gerar algum tipo de serviço à comunidade ou em favor de um propósito nobre?

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Mundo Sustentável

RECOMENDAÇÃO DE LIVRO

Num cenário de crise ambiental sem precedentes na história, o livro se propõe a ser uma coletânea jornalística de notícias não só em tom de denúncia, como tem sido o caso mais comum até o momento, mas também busca promover e divulgar as boas iniciativas e as alternativas para a humanidade. 

Reúne uma série de artigos, transcrições de entrevistas e reportagens veiculadas em diferentes mídias acerca das questões ambientais concedidas por André Trigueiro. 

O autor é jornalista pós-graduado em Gestão Ambiental, professor e criador do curso de Jornalismo Ambiental da PUC/RJ. Atua como repórter e apresentador do Jornal das Dez, do canal de TV a cabo Globo News, no qual também participou ativamente na produção, roteirização e apresentação de programas especiais com o tema socioambiental. 

Na linha da coerência com as questões ambientais o livro é editado em papel reciclado e está estruturado em 8 temas centrais. Quem gosta de ler livros seqüencialmente, não será o caso aqui, visto que não há uma história e sim inúmeras delas (notícias), em tom de conversa mesmo, uma mais interessante e curiosa do que a outra, todas é claro, tratando das soluções e iniciativas para um mundo sustentável. Um diferencial que torna a leitura interessante é que, ao final de cada capítulo, um convidado especialista reconhecido no assunto, resume o conteúdo abordado pelo jornalista André Trigueiro. 

Um assunto muito interessante tratado no livro e totalmente ausente da mídia é a questão do consumismo, tratado logo no primeiro capítulo, levando inclusive a questão do consumo doentio e também da “pegada ecológica”. A pegada ecológica é conceito pouco conhecido da população mas que evidencia de forma muito objetiva como um cidadão comum pode mudar seus hábitos a partir dos impactos que causa ao meio ambiente. Isto mesmo, todos provocamos algum tipo de impacto ambiental somente pelo fato de vivermos, respirarmos. Quanto mais consumimos, mais impactos causamos! 

O impressionante volume de lixo produzido não é esquecido, com as inúmeras possibilidades de aproveitamento, logística reversa, reciclagem e uma série de novos focos de negócios, ainda pouco explorados globalmente, a exemplo da questão das “sobras” do coco. As cascas dos cocos tem sido reaproveitadas para se obter fibra e produzir, entre outros, produtos como: cordas, tapetes, chapéus, encostos para carros e aviões, placas de isolamento acústico ou térmico e também para paisagismo. O interessante é que, por ser a casca do coco matéria orgânica, não se importam ou vêem naquele resíduo, que leva 12 anos para se decompor, uma oportunidade de renda ou negócio de reduzido custo. 

Na questão da reciclagem, um dado impressionante é o uso intensivo de materiais na produção de computadores. Para se produzir um microcomputador, por exemplo, são empregados mais de 240kg de combustíveis fósseis. Vale lembrar que este tipo de combustível é um recurso não renovável. Nem em carros ou geladeiras o uso destes materiais é tão acentuada como em computdores. 

As soluções criativas também podem ser virtuais, tais como a Bolsa de Resíduos que funciona como uma espécie de classificados e pretende intermediar a troca de quantias significativas de resíduos entre as empresas. O que é problema para alguns empresários, para outros é a solução em forma de resíduo a ser aproveitado. Há também as soluções mais complexas e arrojadas, como a proposta do Mercado de Carbono, uma tentativa de equilibrar as emissões de Gás Carbônico (CO²) na atmosfera com seus danosos efeitos para o efeito estufa e o aquecimento global, através de um comércio entre países mais poluidores e os menos poluidores. 

Não ficam de fora a urbanização e suas conseqüências com a busca de cidades e construções sustentáveis, soluções e produtos cada vez mais ecológicos, a questão do asfalto, do concreto e da presença dos automóveis como agente nocivo. 

Na área da tecnologia, discute-se a mudança da matriz energética mundial na direção de fontes renováveis ou menos poluentes, a opção pelas energias solar e eólica e a nova geração de combustíveis com os óleos vegetais. A primeira patente mundial de biodiesel é do Brasil, acredite-se criada a partir do óleo de algodão e surgida em 1980. 

Não podemos esquecer da escassez da água potável e pura, a sua poluição e o seu desperdício. 

A crise que vivemos é global, afeta a todos e tem merecido cada vez mais atenção e destaque nas Nações Unidas e de Governos ao redor do mundo. Por fim, o livro busca levar leitor a perceber o papel da mídia num mundo em crise. 

O livro demonstra uma diferença pouco percebida, mas fundamental, a de que o jornalismo ambiental rompe com o dogma da imparcialidade tão presente em discussões do curso de comunicação e toma partido em favor da sustentabilidade. 

Referências bibliográficas para este artigo: André Trigueiro. Ed. Globo – 2005 302 pg.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Efeito dominó

Como um pouco de solidariedade, iniciativa, criatividade, espírito de equipe e cores podem mudar a realidade.
Um vídeo sem palavras mas com muito conteúdo.
Esse é mais um exemplo de mudanças de atitudes positivas que podem fazer a diferença. Não nos iludamos, é claro que o vídeo é mais uma proposta do que uma realização aplicável em qualquer situação mas, se admitirmos variações nas estratégias, contextos e formas de aplicação, teremos, sem dúvida, um belo exemplo de transformações sociais e ambientais que, aliás, já estão cada vez mais presentes, é bem verdade que, ainda contrastando com os aspectos de desequilíbrio da natureza e do modus vivendi do ser humano.
Enfim, quem não gosta de uma boa faxina, de um mutirão e de uma limpeza onde tudo se renova, tudo se organiza e tudo se recicla. Essa necessidade é uma constante em nossas vidas, pense nisso!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Surgimento da Consciência Ambiental

Muito se fala hoje em dia sobre sustentabilidade, preservação do meio-ambiente, crises climáticas e problemas ambientais. 
Os noticiários, escolas, universidades e empresas adotam, cada vez mais o assunto como pauta. Contudo, é importante lembrarmos e entendermos desde quando vêm surgindo a atual consciência ambiental planetária.
Um fator que contribuiu para isso foi o crescimento populacional ocorrido a partir da Idade Média. Um outro fator foi a concentração das pessoas nas cidades, provocada  principalmente pela Revolução Industrial. Um terceiro fator pode ser considerado o agravamento da poluição nos países desenvolvidos, decorrente da Segunda Guerra Mundial. Por último, pode-se ainda considerar como fator contribuinte para o desenvolvimento ou despertamento de uma consciência ambiental a ação das primeiras ONGs - Organizações Não Governamentais que forçaram então a ONU - Organização das Nações Unidas a agendar, durante assembléia geral em 1968, a primeira Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano, a qual ficaria conhecida como a Conferência de Estocolmo e ocorreria entre 5 a 6 de Junho do ano de 1972.
Em 1971, o Clube de Roma, grupo formado por cientistas de vários lugares do mundo, publica o primeiro de três relatórios, o qual intitulava-se: Os Limites do Crescimento.
O relatório foi emitido com base em simulações realizadas num complexo modelo matemático que considerava diversos fatores macro-ambientais e diversos índices de crescimento de . Os resultados não foram os melhores, isso para não dizer que os cenários obtidos com as simulações foram catastróficos, afinal, as projeções envolviam a fome, escassez de recursos naturais e altos níveis de poluição. Num primeiro cenário considerou-se nas simulações a manutenção da produção industrial e de alimentos versus a diminuição dos recursos naturais. Outros cenários foram simulados, considerando um modelo mundial com reservas duplicadas e até um modelo com reserva mundiais ilimitadas de recursos naturais, aumentando-se, inclusive a produtividade agrícola. O resultado, em qualquer destes cenários? Mortandade da população em função da escassez de recursos e conflitos e convulsões sociais.
Mas o relatório apresentava alternativa, talvez uma única solução para tantos cenários. A proposta do Clube de Roma foi a imediata redução de crescimento a nível zero, a fim de buscar restabelecer um equilíbrio ecológico. Essa proposta foi rejeitada por países em desenvolvimento, a exemplo de Índia e Brasil, que necessitavam e queriam crescer.
Por óbvio, essa decisão foi adiada, até mesmo porque a interrupção de produção de alimentos e determinados bens estratégicos para a sobrevivência humana, a falta de emprego, renda e geração de novas riquezas também afetaria o equilíbrio econômico. Uma equação difícil de se resolver na prática.
No Painel de Founex, fica claro então que o problema ambiental estava relacionado não só a aspectos biofísicos mas também a aspectos socioeconômicos.
O resultado da Conferência de Estocolmo foi o surgimento de diversos acordos ambientais além das seguintes constatações :
- Os problemas ambientais são motivados pelo subdesenvolvimento
- É direito do homem: liberdade, igualdade e condições ambientais dignas
- É obrigação do homem: proteger e melhorar o meio ambiente.
Surge o conceito de ecodesenvolvimento, que era baseado na potencialidade de cada ecossistema. Contemplava ainda a participação das populações locais, a redução de desperdícios, a reciclagem de resíduos. O conceito de ecodesenvolvimento foi a base para o surgimento do conceito de desenvolvimento sustentável.
Também surge o PNUMA - Programa das Nações Unidas para Proteção do Meio Ambiente, responsável pela coordenação de atividades de proteção ambiental e gestão do fundo voluntário para o Meio Ambiente.
Esses são, portanto, alguns dos antecedentes que contribuíram para o surgimento de uma maior consciência ambiental e de conceitos como ecodesenvolvimento, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

À beira da Anarquia

Para compreender os próximos 50 anos é preciso compreender a escassez ambiental, o conflito racial e cultural, as mudanças geográficas e a transformação da guerra convencional. 
Nesta transição histórica, na qual a globalização começou, mas ainda está incompleta e as relações e acordos estão confusos, a sociedade civil será mais difícil de ser mantida. 
Aumentando a degradação ambiental aumentam as chances de uma convulsão social. 
O mapa-mundi será reformulado e isso é só o começo de uma série de mudanças que estão por vir.
Jornalista e correspondente de guerra, Kaplan descreve conflitos e contradições que os formadores de opiniões e os acadêmicos procuram ignorar. 
Algumas sociedades viverão sem ordem, sem previsibilidade, em um país sem governo, sujeito ao crime, à doença e à rapinagem.
As imensas máquinas militares de estado, como a do Pentágono, serão dinossauros em extinção e que algo mais aterrador nos aguarda. Um porta-aviões ou um avião a jato não serão eficazes para milhares de guerrilhas urbanas. Apesar de avançar tecnologicamente, várias sociedades ainda estão na Antiguidade em termos políticos e muitos governos continuam corruptos e decadentes devido ao dinheiro.
Sobre a violência, diz que a agressão física faz parte do ser humano. Apenas quando as pessoas alcançam certo padrão de vida é que esse traço é sufocado. Considerando-se que 95% do crescimento populacional da terra ocorrerão nas áreas mais pobres do globo, a questão não é se haverá guerra (haverá muitas), mas que tipo de guerra. Quem guerreará com quem? As guerras do futuro serão as da sobrevivência comum, agravadas em muitos casos pela escassez ambiental. 
Aborda a questão do governo mundial e profetiza os males que um período prolongado de paz acarreta em uma sociedade tecnologicamente avançada. 
Mecanismos de controle estatais não funcionando sob a tensão demográfica e ambiental, cidades-estados ou estados-favelas provavelmente emergirão.
Descreve Serra Leoa, por exemplo, como microcosmo daquilo que ocorre em muitas microrregiões subdesenvolvidas: definhamento de governos centrais, emergência de domínios tribais e regionais, alastramento incontido de doenças e crescente difusão da guerra. O continente africano estaria à beira de uma convulsão fronteiriça em larga escala e o futuro da África poderá ser o da maior parte do resto do mundo. 
Nos países onde a democracia tem dificuldades em se consolidar, a discussão não será o regime democrático, mas a governabilidade. Em função dessa descentralização do caos e a difusão das fronteiras, existirão “centros de poder móveis”, entidades-tampão que estarão em constante deslocamento para atender necessidades de suas microrregiões. A escolha não é entre ditadores e democratas, mas entre maus ditadores e ditadores ligeiramente melhores.
Num sistema político que tende demasiadamente para qualquer extremo, aguardam-no o realinhamento ou o desastre. Surgirão cada vez mais governos híbridos que mesclem autoritarismo com democracia. Africanos desejam uma vida melhor e não o direito ao voto como lhes foi dado. Não importa o nome pelo qual se conheça o governo, o que importará é se o governo funciona mesmo. 
Antes de criar um governo é preciso criar uma economia. Antes de convocar eleições, gerar empregos e renda, assim haverá um ambiente estável. A estabilidade social vem da existência de uma classe média e quem cria as classes médias normalmente não são os sistemas democráticos, mas, por incrível que pareça, os sistemas autoritários. 
Governos são determinados não pelo que humanistas liberais desejam, mas pelo que os homens de negócios necessitam. Várias revoluções democráticas fracassaram na Europa em 1848 porque o que os intelectuais queriam não era o que queriam as classes médias emergentes. 
Das 100 maiores economias mundiais, 51 não são países, mas corporações. As duzentas maiores corporações empregam menos de 0,75% da força de trabalho mundial, o que representa 28% da atividade econômica. As 500 maiores corporações representam 70% do comércio mundial. Corporações seriam como os domínios do feudalismo que evoluíram para nações-estados. Passarão a ser mais responsáveis para com a comunidade global e menos amorais em direção a novas formas políticas e culturais, visto que são “personalidade globais”, adotam postura multicultural e diversificada onde os indivíduos são reconhecidos ou não pelos seus próprios méritos. 
A força de paz mais eficaz do mundo não pertence à ONU nem às grandes potências, mas sim a uma força mercenária corporativa da África do sul que restaurou uma estabilidade relativa em Serra Leoa em 1995, reminiscência da Companhia Britânica das Índias Orientais, que recrutava exércitos para fins claramente econômicos. Assim é que os domínios da política vão se encolher e a situação passa a ser quem têm poder (empresas) e quem não tem poder.
O aumento do poder corporativo ocorre com maior rapidez à medida que as massas se tornam indiferentes e a elite se torna menos suscetível à punição. Bens materiais não apenas focalizam as pessoas para a vida privada e o afastam da vida em sociedade, mas encorajam a docilidade. O escravo seria quem está preocupado em encher a barriga ou... que está preocupado em salvaguardar seus bens. A prosperidade material criaria servilidade e afastamento, transformando as pessoas em ovelhas trabalhadeiras.
Não faz apologia à guerra, mas diz que ela, muito mais que a paz, é igualadora e fomentadora da mudança social. A guerra leva ao respeito por um governo grande e progressista, a paz cria um vácuo institucional preenchido por, entre outras coisas, corporações do entretenimento. Um exército inoperante provavelmente resultará em um aumento na violência e na atividade de gangues. 
A idéia de que um mundo em paz significará menos violência é ingênua. A verdadeira paz, imaginada por muitos, somente é alcançável através de uma forma de tirania setorizada, por mais sutil e branda que seja, para aqueles que precisam de uma linha "mais dura".

(baseado no livro: À beira a Anarquia, de Robert D. Kaplan. Ed. Futura. 2000)